Guajará-Mirim (RO), 30 de abril de 2025
Na madrugada desta quarta-feira (30), o barco hospital Walter Bártolo, símbolo de assistência médica e integração entre Brasil e Bolívia, afundou nas águas do rio Mamoré, em Guajará-Mirim. Segundo informações preliminares, não houve feridos, e os danos foram apenas materiais. No entanto, o impacto para as comunidades ribeirinhas é profundo e preocupante.
A embarcação, que atuava como Unidade de Saúde Social Fluvial, prestava atendimento médico gratuito a moradores das regiões mais isoladas ao longo dos rios Mamoré e Guaporé. Sua perda representa um duro golpe à saúde pública local e à integração binacional iniciada com grande entusiasmo em 2016.
Desde sua inauguração, o barco hospital levava esperança e dignidade aos ribeirinhos, com uma equipe majoritariamente formada por profissionais de Guajará-Mirim. A estrutura contava com acesso à internet, ambulanchas de apoio, e até suporte aéreo para remoção de pacientes em estado grave. Mais do que um centro de saúde flutuante, o Walter Bártolo era símbolo de solidariedade entre os povos da fronteira.
O projeto foi idealizado pelo então governador de Rondônia, Confúcio Moura, e contou com apoio do governo boliviano. Durante a cerimônia de inauguração, em agosto de 2016, autoridades dos dois países reforçaram o compromisso de cooperação, com a Bolívia contribuindo com pessoal médico, medicamentos e combustível.
Além do seu valor funcional, o barco hospital também tinha valor simbólico, homenageando figuras históricas da região, como Walter Bártolo, Chico Oliveira e Salomão Melgar – todos lembrados pelo serviço prestado aos mais necessitados.
As causas do afundamento ainda estão sendo investigadas, mas a comoção na região é geral. Lideranças comunitárias já classificam o ocorrido como “uma grande perda” e cobram providências para que a assistência aos ribeirinhos não seja interrompida.
Enquanto a população aguarda respostas, fica o sentimento de tristeza diante da tragédia silenciosa que ameaça deixar milhares de pessoas sem acesso à saúde básica.
com informações do hashtag24horas