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Sistema de abastecimento em União Bandeirantes é sabotado e CAERD aciona forças de segurança |
Depois de anos de espera por água encanada, os moradores do distrito de União Bandeirantes, em Porto Velho, viram a tão sonhada mudança ser interrompida por um ato criminoso. Na madrugada desta quinta-feira (3), a estrutura recém-incorporada à Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd) foi alvo de vandalismo, frustrando os esforços técnicos que vinham sendo intensificados justamente para garantir o fornecimento à comunidade.
Pela manhã, ao iniciar os procedimentos de operação, os técnicos da estatal se depararam com a cena: cabos de energia cortados, transformador desmontado e a caixa de distribuição da Estação de Tratamento de Água (ETA) arrombada. Toda a fiação foi destruída, inviabilizando o funcionamento do sistema e, consequentemente, o abastecimento.
A ETA foi construída com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), entregue à estatal e vinha passando pelos ajustes finais para entrar em operação regular. A expectativa da comunidade era alta. O sentimento, agora, é de frustração e indignação.
Procurado, o presidente da Caerd, Cleverson Brancalhão, confirmou que esteve pessoalmente no local e relatou que as Polícias Civil e Militar já foram acionadas. “Os policiais coletaram impressões digitais e trabalham para identificar os responsáveis. Nas próximas horas, devemos ter avanços nas investigações e chegar aos autores desse ato criminoso”, informou.
Segundo o artigo 163 do Código Penal, o dano ao patrimônio público é crime, com pena de seis meses a três anos de detenção, além de multa. Quando há violência ou ameaça, as sanções podem ser ainda maiores. E neste caso, o prejuízo não é apenas financeiro. Quem paga a conta são as famílias, que continuam sem água nas torneiras, mesmo depois de tantos anos de espera.
“A gente esperou anos por essa água encanada. Quando enfim ia chegar, fazem uma coisa dessas. Isso não é só vandalismo, é maldade com quem precisa”, disse Maria do Socorro, moradora há 18 anos do distrito.
“Todo mundo aqui estava animado com a chegada da água. Agora, por causa de pessoas sem consciência, voltamos ao sofrimento de sempre. É revoltante”, destacou o comerciante, João Carlos.
Com certeza, a estrutura será recuperada, mas o estrago está feito. Agora, cabe às autoridades identificar e responsabilizar quem cometeu esse crime. Porque sabotar patrimônio público é muito mais do que destruir fios e equipamentos: é atacar o direito de uma comunidade inteira. E isso não pode ficar impune.