por Paulo Amorim
Produção contemplada pela SEJUCEL reforça políticas culturais e acessibilidade no audiovisual
A cultura rondoniense ganha mais um destaque com a estreia do curta-metragem “Há Sinais”, produção financiada pelo Edital LPG nº 01/2024 Sejucel, Audiovisual, que será lançada no dia 27 de novembro de 2025, às 20h, no Tapiri, em Porto Velho. A obra, inteiramente comunicada em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), reúne elenco majoritariamente surdo e tem entrada gratuita.
Narrativa construída a partir da cultura surda
Dirigido por Édier William e produzido pelo multiartista Chicão Santos, o curta traz a trajetória de Marcelo, adolescente surdo LGBTQIAPN+, que encontra no teatro uma forma de expressão e amadurecimento. A narrativa privilegia elementos da cultura surda, com:
diálogos em LIBRAS;
ênfase em expressões faciais e linguagem corporal;
legendagem descritiva para ouvintes;
audiodescrição e intérpretes nos debates.
De acordo com Chicão Santos, o projeto surgiu da necessidade de obras construídas com protagonismo surdo.
“Não queríamos apenas inserir acessibilidade como complemento. O filme nasce dessa perspectiva, é pensado desde a origem para a comunidade surda”, afirmou.
Diversidade e compromisso com os ODS
- Além de abordar temas como afeto, luto e convivência, o curta dialoga com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 4 (Educação de Qualidade) e o ODS 10 (Redução das Desigualdades).
- Para o diretor, a proposta abre novas possibilidades dentro do cinema rondoniense.
- “Quando o filme passa a falar com a comunidade surda, e não apenas sobre ela, ampliamos a participação e estimulamos novas formas de representação”, destacou Édier William.
Exibições em Porto Velho e interior do Estado
Após a estreia, “Há Sinais” realizará uma circulação com 10 exibições públicas gratuitas, contemplando:
Espaço Tapiri e escolas de bairros descentralizados da capital;
Municípios como Candeias do Jamari, Nova Mamoré e Guajará-Mirim.
Cada sessão contará com bate-papo e participação de intérpretes de LIBRAS, promovendo diálogo sobre inclusão, acessibilidade e protagonismo surdo.
Geração de renda e fortalecimento do audiovisual local
Com equipe formada integralmente por profissionais de Rondônia, a produção movimentou cerca de 43 empregos diretos e indiretos, impactando áreas como fotografia, som, artes, acessibilidade, produção e comunicação. O curta reforça o papel dos editais públicos no desenvolvimento da economia criativa.