A brutalidade que ultrapassa os limites da compreensão humana

 Por Cícero Moura

Foto: Reprodução / Inteligência Artificial
Foto: Reprodução / Inteligência Artificial

SEM EXPLICAÇÃO
Há crimes que ferem. Há crimes que indignam. E há crimes que simplesmente ultrapassam qualquer possibilidade de compreensão — não pela complexidade, mas pela monstruosidade. 

SEM EXPLICAÇÃO 2
O assassinato da pequena Manuela, de apenas três anos, cometido pelo próprio pai e pela madrasta, em Guarulhos, São Paulo, não é apenas um episódio trágico: é um lembrete cruel de até onde pode chegar a degradação humana.

FRIEZA
É impossível narrar esse caso sem que a revolta tome forma. Por dois meses, o casal conviveu com o corpo da criança concretado na própria lavanderia.

FRIEZA 2
A vida na casa seguia a rotina diária, eles cuidavam dos outros três filhos, postavam sorrisos nas redes sociais e fingiam uma vida normal. 

FRIEZA 3
A banalidade do mal, aqui, ganha contornos ainda mais sombrios: não houve desespero, não houve arrependimento, não houve sequer a humanidade mínima de dar a uma criança um destino digno. 

FRIEZA 4
Houve cálculo, silêncio, convivência cotidiana com o horror. Dois psicopatas que caminham pelo mundo sem sentir nada, sem remorso, sem piedade e sem qualquer traço de humanidade.

EXPLICAÇÕES
A mãe, desesperada após dias sem conseguir falar com a filha, ouviu desculpas sórdidas, versões inventadas e mentiras que escondiam o pior dos cenários. 

EXPLICAÇÕES 2
Dizia o pai que a menina estaria com o Conselho Tutelar — uma justificativa ardilosa que, sozinha, já deveria acender qualquer alerta. 

DESESPERO
Ela percorreu unidades, insistiu, buscou ajuda, e quando tudo se mostrou inconsistente, registrou ocorrência. 

TERROR
Mas nada, absolutamente nada, poderia prepará-la para o que viria depois: a confissão espontânea durante um confronto, quando a máscara finalmente caiu e o pai admitiu a atrocidade.

ANIVERSÁRIO
Manuela foi assassinada um dia antes de completar quatro anos. Um dia antes. Enterrada e concretada como se fosse entulho doméstico. 

HUMANIDADE
A frieza desse ato revela algo que a sociedade insiste em ignorar: há pessoas incapazes de reconhecer a humanidade no outro, mesmo quando esse outro é seu próprio filho. 

NÃO É EXCEÇÃO
E isso, por mais que doa admitir, não é um caso isolado na crônica policial brasileira. Infelizmente, não é a primeira monstruosidade — e, tragicamente, não será a última.

REALIDADE
O país acumula episódios de violência doméstica que desafiam qualquer limite ético, moral ou civilizatório. 

INDEFESAS
Crianças torturadas, assassinadas, abandonadas, invisíveis para o Estado e para a rede de proteção

CONSTATAÇÃO
O que vemos agora, com Manuela, é apenas a face mais cruel de uma estrutura que falha repetidas vezes em identificar riscos, intervir, proteger e punir.

TORTURA
As investigações agora apontam, inclusive, a possibilidade de que a menina tenha sido vítima de abusos dentro da própria casa. 

TORTURA 2
Isso torna o cenário ainda mais repulsivo, ainda mais doloroso, ainda mais urgente. Uma criança indefesa pode ter vivido o inferno completo antes de ser brutalmente morta.

OPINIÃO
A pergunta que se impõe é: como aceitar? Como racionalizar? Como compreender que alguém que deveria proteger, cuidar e amar é justamente quem leva uma criança ao extremo da dor e da morte?

OPINIÃO 2
A resposta é simples, embora devastadora: não se compreende. Não se aceita. Não se justifica.

OPINIÃO 3
Casos como esse exigem mais do que indignação momentânea. Exigem responsabilização exemplar. 

OPINIÃO 4
Exigem revisão profunda das políticas de proteção à infância. Exigem vigilância permanente. Exigem que a sociedade pare de tratar violência doméstica como “assunto de família”.

OPINIÃO 5
A morte de Manuela é um espelho que ninguém quer encarar: ele mostra a falência moral de indivíduos, mas também revela brechas institucionais que permitem que monstros convivam com crianças sem que ninguém perceba até ser tarde demais.

OPINIÃO 6
Que esse caso não seja engolido pelo noticiário do dia seguinte. Que não seja mais um número em estatísticas que ninguém lê. 

OPINIÃO 7
Que a memória da menina, apagada de forma tão violenta, sirva como grito para que outras vidas possam ser salvas antes que a barbárie aconteça.

OPINIÃO 8
Porque quando uma sociedade não é capaz de proteger suas crianças, ela falha em tudo. Em absolutamente tudo.

FRASE
Existem pessoas tão podres que nem o inferno as quer — porque até o diabo sente nojo de tamanha frieza.

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